CRIME EM TAUBATÉ

‘Não matou, só enterrou o corpo’, diz advogado de ex de Mariana

Por Jesse Nascimento | Taubaté
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Mariana da Costa Nascimento tinha 28 anos
Mariana da Costa Nascimento tinha 28 anos

“Ele não matou, só enterrou o corpo (de Mariana)”, disse o advogado de Luiz Felipe da Silva de Moura, de 31 anos, preso pela morte de Mariana da Costa Nascimento, 28 anos, cujo corpo foi encontrado enterrado na zona rural de Taubaté.

Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp.

Luiz Felipe permanece preso, depois da audiência de custódia em Taubaté. O advogado criminalista Hélio Barbosa, que representa o suspeito, afirmou que seu cliente não cometeu feminicídio contra Mariana.

Durante depoimento à Polícia Civil, Luiz Felipe contou, na presença do advogado, que encontrou Mariana enforcada e decidiu esconder o corpo por medo das consequências.

O caso é investigado como possível feminicídio pela Delegacia de Taubaté, e Luiz Felipe foi preso em flagrante por ocultação de cadáver. “Ele não matou, só enterrou o corpo”, declarou o advogado. “Quando a viu, ela já estava enforcada. Ele cortou a corda ou cadarço, mas ela já estava morta”.

Segundo o advogado, Luiz Felipe e Mariana mantinham um relacionamento conturbado, com idas e vindas. Mesmo com medida protetiva vigente contra ele, o casal ainda se encontrava.

“Eles tinham um caso há muito tempo, terminavam, voltavam. A medida nunca foi retirada, mas viviam juntos”, disse Barbosa.

Luiz Felipe afirmou que, ao ver Mariana sem sinais vitais, ficou assustado e escondeu o corpo em uma cacimba (buraco onde guardava feno), cobrindo com terra. O advogado reforçou que ele não soube lidar com a situação por ser uma pessoa simples.

“Trabalha como caseiro há 12 anos, quase não sai para nada. Achou que ia se complicar, então escondeu o corpo”, explicou.

Ainda segundo a versão apresentada à polícia, Luiz Felipe jogou os pertences da vítima, como botas e celular, em um rio que a nos fundos da chácara onde mora e trabalha.

“Ele desovou os objetos no rio, não sabia o que fazer. Não houve violência sexual, e ele afirma que ela estava nua, sem roupas próximas ao corpo.”

A defesa afirma que o cliente confessou a ocultação, mas nega o feminicídio. “Ele está preso por ocultação de cadáver, que é crime permanente. A polícia agora aguarda laudos técnicos para confirmar se foi feminicídio ou suicídio”.

Investigação e prisão.

Mariana desapareceu no último domingo (8), após informar à mãe e à irmã que estava em um bar e teve um desentendimento com Luiz Felipe. Ela prometeu voltar para casa, mas não retornou. O boletim de desaparecimento foi registrado no dia seguinte.

Imagens de monitoramento e o rastreamento do carro de Luiz Felipe indicaram deslocamentos suspeitos até a área rural onde mora. No local, os policiais encontraram pertences da vítima às margens de um rio.

Após ser orientado por seu advogado, Luiz Felipe confessou a ocultação do corpo. Foi autuado em flagrante e ou por audiência de custódia, na manhã desta quarta-feira (11), na qual a Justiça decidiu manter a prisão. Ele segue preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Taubaté.

“A juíza entendeu, junto com o Ministério Público, que ele deve permanecer preso. Mas a defesa já está entrando com recursos para que ele responda em liberdade, até que se apure a verdade dos fatos.”

A Polícia Civil deve concluir o inquérito nos próximos dias, com base em laudos periciais que indicarão a causa da morte de Mariana, cujo corpo foi velado e enterrado, em caixão lacrado, na tarde desta quarta-feira (11), em Taubaté.

Comentários

Comentários